terça-feira, 18 de maio de 2010

"I walk alone" & 2ª parte de 1/3 de uma história retorcida

terça-feira, 18 de maio de 2010
Yey voltei!
*ruído geral de desagrado pela parte de absolutamente toda a gente*

Oh espera... Nps, não há ruído nenhum de desagrado pela parte de ninguém, pelo simples facto de ninguém se importar se voltei, ou fui, ou fiquei, etc.

Mas como também não gosto de deixar ninguém (neste caso ninguém mesmo) pendurado à espera de cartas, o que nem sequer faz sentido porque o ultimo post foi em Fevereiro, vou postar a 2ª parte da carta anterior.

E se a querem perceber (seja lá quem é que se dê ao trabalho de ler isto, oh isso mesmo! ninguém) aconselho-vos a lerem a parte anterior, se não isto ainda vai soar mais estúpido, desnecessário e confuso do que o costume.

Os avisos para esta parte são os mesmos que para a parte anterior, sendo que eu nem sequer me lembro do que estava a pensar quando a escrevi (o que em mim é tão habitual como respirar).


Ele chama, evoca, suspira, implora e grita, sussurrando maldições.
Por isso, começa a ser tão mais fácil perder-me nele e na sua insanidade.
Seria tão fácil… Render-me à loucura, riscar estas frases e entregar-lhe o meu coração.
No entanto, luto por ti…
Agarro-me a esta carta.
Mergulho no raio de luar de esperança.
Abraço-me a ti enquanto grito “Por favor vem, vem, vem”.
Mas o vento rouba as minhas palavras ocas e o raio de luar, enquanto ele serenamente continua a prender-me neste pesadelo, de onde não consigo acordar.
E torna-se tão difícil resistir àquelas garras invisíveis que me retalham o coração e torna-se tão difícil lembrar porque decidi entrar neste quarto escuro, porque decidi cuidar daquele que agora me assombra e porque desisti de ti…
Tu lembras-te?
Ele berra engasgando-se para abafar as memórias.
E, por momentos, a sua crueldade consegue alcançar-me e, enquanto o gelo do seu coração me tortura, eu desejo às 50 estrelas que nunca consigo contar (porque as estrelas nunca vêm a este lugar) que por favor, por favor, por favor, ele desapareça e com ele esta maldade pura que me vai devorando.
Lembras-te?
Lembras-te? (sussurro para ti, para o vento, para a Lua e para ele, principalmente para ele)
Daquela noite de inverno (há quanto tempo? Procuro desesperadamente) tão fria como o seu coração.
E eu tão ingénua, a brincar, naquele manto de neve eterno.
E eu tão ingénua…
Se, se perde a inocência quando se deixa de brincar, eu perdi a infância neste lugar.
Quando me perdi naquela noite de igualmente intenso luar (talvez a Lua me estivesse avisar, afinal ela é a única coisa que ainda me consegue tocar).
Ele veio-me salvar.
E como eu estava agradecida, como sorri ingenuamente para aqueles olhos de morte e como segui aquelas garras de perdição (a minha perdição).
Ele ri em gargalhadas tresloucadas.
Oh, ele lembra-se… Daquela rapariguinha perdida na neve e na sua credulidade.
E como a foi corrompendo até só sobrar esta concha vazia que te escreve agora.


Acho que agora provavelmente já percebem melhor a parte anterior, principalmente as diferenças entre "eu", "tu" e "ele". Ou então não, porque isto é tão confuso como eu e porque ninguém está a ler isto de toda a maneira...



P.s- a parte do título "I walk alone" pertence à canção "Boulevard of Broken Dreams" dos Green Day. (Que subconscientemente foi escrita por mim, mas que o BJ teve o desplante de plagiar!)
P.s2- e não, a carta não acaba aqui ainda tem o final, que, no entanto não a melhora.
 
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